Agradecia que respeitasses os direitos de autor e obrigada pela visita até ás profundezas da minha mente e coração, espero que a minha escrita de alguma forma te aqueça a alma.

domingo, 22 de maio de 2011

These Waters

A minha cabeça dá voltas e voltas, dá ordens ao corpo desobidiente, ao coração rebelde, mas estes não as seguem, nem de longe.
Dou por mim afogada em perguntas, a reviver memórias que pensava já esquecidas, a relembrar medos, com a lágrima no canto do olho, quase a explodir de vez.
Sinto-me como uma bomba relógio.
Quero fugir para bem longe, quero nadar em direcção ao horizonte, quero olhar o sol e a lua e que estes sejam a única e exclusiva energia diária, quero uma mão que me puxe para cima, uma voz que me chame á razão, um ombro para chorar, um corpo que me abrace urgentemente.
Eu preciso.
Quero gritar eu mundo, quero respostas, aliás preciso de respostas.
Não me importo que me julguem, eu vou-me manter fiel a mim mesma, ao meu ser que considero bastante imperfeito, em variados sentidos, e que neste momento está apenas dividido em metade, está a meio gás, está cansado e sem forças, está novamente a ir abaixo, age sem pensar, está com a respiração ofegante e de seguida tão fraca como eu neste momento.
Quero abrir o meu coração hesitante e sofrido, mas tenho medos (pelos vistos e até agora) incuráveis, além disso tenho quase a certeza de que nenhum ser o humano vai conseguir entender, perceber e decifrar o meu complexo e peculiar ser, a minha maneira de pensar, agir e sentir, ninguém percebe, ás vezes acho que nem eu mesma.
Estou sem cabeça para nada, o meu cerebro entrou em colapso, tal e qual como o meu coração.
Olho o horizonte e oiço o som que ficou a residir no meu ouvido, o som do mar, tal como se tivesse sempre colado ao meu ouvido um búzio, um sábio búzio conselheiro, mas que neste momento levou consigo os conselhos tal como as ondas fazem com as conchas derramadas na areia molhada.
Estas águas assustam-me imenso, águas passadas que voltaram com a corrente, que me atormentam e me querem deixar naufraga na minha própria vida, rodeada de nada, onde tudo me sabe a nada, onde tudo é nada.
Tento nadar contra a corrente mas as forças já são poucas. Emito um SOS ao esperado Guarda da Praia, mas ele teima em não aparecer para me salvar, preciso de um porto de abrigo.
Águas agitadas estas que me baralham e me confundem, não sei o que fazer nem para onde ir, pois o mar é infinito, de noite sombrio e neste momento nem terra, nem Guarda da Praia, nem uma luz de um farol se avista.

1 comentário:

  1. O texto está lindíssimo, cheio de sentimento. Gostei muito!
    E caso reflita realmente a tua vida, muita força para enfrentar os problemas :)

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